Alguém comparou a fotografia com andar pelo mundo a achar peças de um puzzle. «Um puzzle sem número definido de peças», respondi: «à medida que vai ficando feito, parece-se progressivamente connosco». Se isto causou um leve sorriso no Minnesotta, talvez fosse do meu optimismo. Nada garante alguém parecer-se cada vez mais consigo mesmo; que dizer de um conjunto de imagens? Organizamos as peças, em parte, para vermos o todo. Quando este se nos revela é uma reminiscência de si mesmo, nalgum sentido. O jogo tem semelhanças com o solitário, mas a regra do jogo é as peças trancarem de numerosas maneiras, o haver muitas maneiras confusas de alguém se lembrar de si. Organizar e falar sobre fotografias, minhas ou de outros, é menos como um puzzle que se constrói (um progresso e uma revelação) e mais como a quiromancia.  (As leituras de portfólios lembram-me por isso sessões de tarot na modalidade speed dating.) Estes instantâneos, lembranças mais ou menos decisivas e específicas, têm a vantagem irónica de caberem na palma da mão. Se se parecem comigo, ou como, não o posso afirmar, já que sei o meu aspecto, mas se esse aspecto se parece comigo, não sei.