Primeira paragem: Riachos. ER 243. Agromais. Durará uns 40 minutos.
Idem. Terminal do Entroncamento. Estou a pensar numa passagem dos diários de Kafka na Suíça. ‘Paisagem americana’. Stephen Shore-ish (Steel Town).
Idem. Ferrovia, painéis solares, armazéns, eucaliptos, postes de alta tensão, casario. Écogla moderna.
Idem. Estou a pensar no Robert Adams, luz errada.
Idem. Nova imagem Lda. (tractores). Lugar certo, luz errada. O Tejo passa lá ao fundo, antes da elevação no planalto, entre Golegã e Chamusca.
Segunda paragem, Tomar. Rua Aquiles da Mota Lima <coleccionador de fósforos¹>. Imagem simples, começo da tarde. Tão simples que não sei se é uma imagem. Podia ser em qualquer lado no país. A identidade da falta de indentidade. Apropriado símbolo do ‘Médio Tejo’.
Idem, ruína. Caminhada interrompida por circunstâncias inesperadas.²
Idem. Antigo acampamento do Flecheiro. Aqui se fixaram os romanos e os romani.
Idem. Intervenção na margem do Rio Nabão. Entrada sul de Tomar.
Idem. Onde estará o forno de tijolo romano?
Idem.
Idem. Não sei se prefiro a cores.
Idem. Rua do Flecheiro/Rua Rodrigues Simões. Armazém, ruína, baldio. Daqueles terceiros andares via-se o acampamento. Dai-me aqui uma tarde de 1987: no fim, os putos ciganos levavam a bola e eu ficava infeliz, mas havia durante o jogo a excitação de estar em vias de ser assaltado, o que nem sempre acontecia e voltava-se para casa mais crescido. Sinto falta de espaços com este género de vagueza de traseiras do prédio, traseiras da vida. Trazem à memória ‘O pátio da estalagem em Emaús’, de Ryckaert³. A requalificação da frente ribeirinha vai acabar por estragar isto.
Um pouco adiante. De regresso à Casa dos Cubos para a apresentação do projecto.⁴
¹
M A de na n